sexta-feira, 29 de abril de 2011

Super-Homem Global

Sei que é besteira, mas na Era de Obama, a força do globalismo transnacional em substituição ao nacionalismo americano pode ser bem ilustrada pela recente reviravolta na vida de um personagem clássico da história em quadrinhos.

Em uma discussão com alguém que parece Gilberto Gil, Super Homem faz discurso renunciando à cidadania americana, e aceita a ONU como sua nova mandante. Também Obama entrou na guerra na Líbia consultando a ONU mas não o Congresso Americano. É, de fato, bem simbólico: assim como o Governo Americano já não mais representa as vontades do "povo americano", mas sim do Poder Global, também o mais americano dos heróis está agora a serviço das elites globalistas. One World Government, now!


SUPER HOMEM: ...e é por isso que pretendo falar na ONU amanhã e informá-los que estou renunciando à minha cidadania americana
GILBERTO GIL: O quê?
SUPER HOMEM: Estou cansado de ter minhas ações construídas como instrumentos da política dos EUA. "Verdade, Justiça e o modo americano"... Não é mais suficiente.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

O Certificado

A grande notícia destes dias foi, naturalmente, a liberação do certificado de nascimento de Obama pela Casa Branca. O documento não apresenta nada de extraordinário, de modo que fica incompreensível a demora de três anos em apresentá-lo (e que só ocorreu devido à pressão exercida por Donald Trump, que trouxe o assunto com maior força à grande mídia).

Há quem diga que o documento seja falso, e isso explique a demora: teria sido produzido especialmente para a ocasião. Se é o governo que produz os documentos, por que não poderia produzir um documento em nome do presidente? Há de fato algumas irregularidades, a mais curiosa delas que há um oficial que assina como "U. K. L. Lee" - bem parecido com ukulele, que é um tradicional instrumento havaiano. (Bem, na verdade, talvez isso prove que o documento é legítimo - ninguém inventaria uma coincidência dessas).

Mas o maior mistério mesmo é a demora. Foram gastos anos e milhões de dólares para impedir sua divulgação; agora ele aparece. Por quê?

Estou entre os que acreditam que o certificado fosse apenas um "red herring" - uma falsa pista propositalment deixada por Obama e seus amigos globalistas para desviar a atenção. Obama é cidadão americano; os seus maiores mistérios são outros. 

segunda-feira, 25 de abril de 2011

A verdade sobre o crime

O que é que causa o crime?

Alguns alegam que a pobreza. No outro dia mesmo, dois turistas ingleses foram mortos em um subúrbio negro da Flórida. Um artigo inglês, na já conhecida lenga-lenga, lamentou a "dividida sociedade americana", onde tantas minorias moravam mal e a "pobreza e o desespero" os conduzia ao crime. É... Eis a "pobreza e desespero" do bairro onde ocorreu o crime:



Os carros que aparecem na foto custam entre trinta e quarenta mil dólares. As casas são simples mas estão longe de ser favelas. Pobreza? Desespero? Foram jovens de gangues que mataram os pobres turistas ingleses, talvez por puro prazer de matar.

O que causa o crime então? É simples. Criminosos causam crime.

O fato é que existem pessoas que não querem estudar, não querem trabalhar, mas preferem tirar o que é dos outros ou dedicar-se à venda de drogas ou apenas à violência. Não é "falta de opção", mas preferência mesmo. E precisam ser exemplarmente punidos. Às vezes, com a morte.  

O fenômeno das gangues está por trás de grande parte do crime nos EUA. A maioria, lamentável dizer, são negros e latinos. Por que um jovem entra para uma gangue? Alguns dizem que seja o instinto tribal humano, que as gangues são as equivalentes das tribos tupinambás dos séculos passados. Pode ser. O fato é que atraem os jovens da periferia mais do que o estudo ou o trabalho honesto. 

Outra coisa que causa crime: a burrice. Está provado que criminosos violentos têm menor QI. O sujeito assalta por um par de tênis porque é burro, se fosse inteligente estaria roubando em Wall Street, Brasília ou Washington D.C.. 

A testosterona também causa crime. É verdade que homens jovens negros têm em média mais testosterona do que brancos e estes mais do que asiáticos, o que segundo alguns explicaria a diferença na criminalidade entre os grupos raciais. Porém, em um estudo que a variável de raça foi eliminada, comprovou-se que todos os prisioneiros por crimes violentos, independentemente de raça, tinham maior presença de testosterona em seu corpo. É a testosterona que causa crime, ou o prática do crime que aumenta a testosterona? O fato é que os hormônios controlam a agressividade e impulsividade que são associadas ao crime violento. 

Mas querem saber qual o maior fator causador do crime?

A impunidade. Quando os criminosos, em vez de ser punidos, são recompensados, o crime em uma sociedade tende a aumentar. Lamentavelmente, a tendência esquerdista global é a de tratar criminoso como "coitadinho". No Brasil, um assassino foi solto porque "não representava perigo para a sociedade", segundo a juíza. Será que ela terá a mesma opinião se se tornar a próxima vítima do meliante?


Isso não acontece só no Brasil, não. Atualmente os prisioneiros americanos tem um melhor serviço de saúde do que grande parte dos cidadãos honestos. Enquanto velhinhas contraem dívidas para pagar seus tratamentos no hospital, um prisioneiro pedófilo que estuprou e sodomizou uma menina de 13 anos talvez ganhe um caríssimo transplante de coração. Tudo pago pelos impostos dos novaiorquinos.

Depois dessa, como convencer alguém que "o crime não compensa"?


P. S.  Acredite: a nova moda entre os "intelectuais" (leia-se revolucionários) de esquerda é o "abolicionismo penal", que dedica-se a lutar contra a "cultura do punitivismo" e promete fazer com as prisões o mesmo que fez com os manicômios: extinguí-las. E largar os criminosos nas ruas. Junte a isso a campanha do desarmamento do cidadão, e você percebe bem as conseqüências... Salve-se quem puder!

domingo, 24 de abril de 2011

Justiça?

Alguns podem achar que o "casamento gay" seja uma questão sem importância, e que cada um deve ser livre para se relacionar com quem bem entender; mas um recente caso sobre o qual acabo de ler ilustra bem as confusões que tudo isso pode dar.

Resumindo: Lisa Miller e Janet Jenkins tinham uma união civil homossexual, e decidiram "ter um filho". Isto é, Lisa teve uma filha através da inseminação artificial com um doador de esperma anônimo. Meno de um ano depois, Lisa juntou-se a uma Igreja Batista e renunciou à vida homossexual. Separou-se de Janet e afastou-se do que considerava vício. A corte, no entanto, deu direitos legais de visitação à sua ex-parceira, que foram repetidamente negados por Lisa, que queria afastar a filha do que considerava "más influências homossexuais".

Assim, ocorreu o impensável: a corte deu o direito exclusivo de guarda da criança à ex-parceira homossexual. Não querendo abandonar sua filha, Lisa, a mãe biológica, fugiu, e está até hoje em paradeiro desconhecido. Um dos pastores da Igreja à qual Lisa pertencia foi acusado de auxiliar a sua fuga e foi preso hoje.

Quando o casamento gay for um fato consumado, confusões como esta serão a regra e não a exceção. E as cortes, cada vez mais repletas de juízes ativistas progressistas, darão o direito a pais não-biológicos homossexuais, como aliás já está acontecendo.

Este post nada tem a ver com o casamento homossexual, e tudo com a perseguição judicial aos que não seguem os ditames do politicamente correto. Seja qual for sua posição sobre o tema, o fato é que uma mãe biológica que não trata mal a filha corre o risco de perder a guarda da criança simplesmente porque não quer que ela veja alguém que, no fundo, não passa de uma ex-namorada que esteve apenas por um ano ao lado da criança.

O ativismo judicial é um fenômeno cada vez mais presente e preocupante. Vocês bem lembram a perseguição à família brasileira que queria educar seus filhos em casa. Vejam agora que um certo juiz Fux agora não só desconsidera completamente a opinião da maioria do povo brasileiro sobre o desarmamento, como pretende mesmo buscar armas dentro das casas das pessoas. Isto é, desarmar o cidadão de bem à força, deixando-o à mercê de bandidos cada vez mais selvagens, enquanto juízes (naturalmente!) continuam tendo seu porte de arma garantido por lei. 

A maioria das pessoas, exceção feita aos baderneiros profissionais esquerdistas, tende a acreditar que o certo é cumprir a Lei. Mas... e quando a Lei está errada, e vira-se contra você?

Quando a Justiça está contra a propriedade, o que fazer? Quando a Justiça protege os bandidos contra os inocentes, o que fazer? Quando a Justiça protege os vagabundos contra os trabalhadores, o que fazer? Quando a Justiça está contra a família e a favor dos que querem destruí-la, o que fazer? Quando a Justiça está contra a liberdade e a favor da tirania, o que fazer? Quando a Justiça está contra tudo o que é Justo, o que fazer então? 

Pensem nisso, enquanto eu digo: Boa Páscoa a todos...

domingo, 17 de abril de 2011

Poema do Domingo

Speech after long silence; it is right,
All other lovers being estranged or dead,
Unfriendly lamplight hid under its shade,
The curtains drawn upon unfriendly night,
That we descant and yet again descant
Upon the supreme theme of Art and Song:
Bodily decrepitude is wisdom; young
We loved each other and were ignorant.

W. B. Yeats (1865-1939)

sábado, 16 de abril de 2011

Cría cuervos

"Cria cuervos y te comerán los ojos," diz um velho ditado espanhol, que também inspirou um bom filme dos anos 70. A frase se adequa perfeitamente ao infeliz Vittorio Arrigoni, que foi para Gaza "ajudar os palestinos" e participar de operações contra Israel e terminou morto por... terroristas palestinos. Que o espancaram e o enforcaram sem piedade.

Em vez de contentar-se em ajudar as crianças italianas, o rapaz, certamente em busca de maior visibilidade midiática, meteu-se em um conflito que não podia compreender, e pagou com a vida. Não era apenas um "idiota útil", mas sim um comunista e ativista dos mais empenhados na causa. Ei-lo aqui abraçando o líder do Hamas.

O que é mais triste é que sua mãe está orgulhosa. Pior: é a prefeira de uma pequena cidade italiana, e no seu escritório tremula a bandeira palestina.

Nunca entendi essa obsessão dos europeus, e em especial dos italianos, pela "causa palestina". Anos atrás talvez fizesse sentido. Hoje, quando a Europa enfrenta seu próprio "problema muçulmano", torna-se cada vez mais grotesco e incongruente.

O que leva um sujeito como Arrigoni a dedicar a sua vida a uma atividade dessas, chegando a tatuar frases em árabe no braço, a decorar sua página do Facebook com cartuns anti-israelenses, a misturar-se em uma cultura e uma religião que nada tem a ver com a sua? Acho que são pessoas perdidas, que buscam algum sentido para suas vidas vazias. Há um filme, "O homem-urso", sobre um ativista ecológico com delírios de grandeza que foi morar com os ursos no Alaska. Terminou devorado por um deles. É um caso bem parecido ao de Arrigoni. A ingenuidade mata. 

Como eles, há muitos outros mártires do esquerdismo, religião estranha que realiza sacrifícios humanos e parece ter suplantado o cristianismo na Europa. E, de fato, será que isso tudo não se explica pela perda dos valores cristãos? Dizia Chesterton que quem não acredita em Deus, não é que passe a não acreditar em nada, mas, ao contrário, passa a acreditar em qualquer coisa. Na mesma Europa supostamente "iluminada" e "secular", o grande sucesso hoje é um curandeiro croata que cura as pessoas com a "força do olhar".

A isso retornamos: à superstição e aos vendedores de óleo de cobra! Não acredita-se mais em Deus: acredita-se em "energia cósmica" e "força espiritual". Em OVNIS e na "causa palestina". No "Calendário Maia" e no "Grande Ser"!

Enquanto os ajudantes dos palestinos são mortos por palestinos, também aqueles que ajudam outras minorias desavantajadas muitas vezes terminam mordidos:

Amy Biehl.

Angelo Frammartino.

Pippa Pasqualino.

São apenas alguns dos nomes dos sacrificados no altar da religião pós-moderna. Como culpá-los, se foram ensinados desde pequenos que lobos são apenas cordeiros mal-compreendidos?

A esquerda européia ajuda os imigrantes, e estes respondem queimando carros e igrejas. As feministas européias defendem "o direito de usar burca" e a imigração e terminam estupradas por clandestinos. No Brasil, esquerdistas ajudam traficantes e criminosos e terminam assaltados por estes. Cría cuervos...

quinta-feira, 14 de abril de 2011

O suicídio da Europa

Um caso que me perturbou, confesso. Talvez por ter visto imagens chocantes de embrulhar o estômago (não vou linká-las aqui, mas se encontram aí pela Internet).

No outro dia falávamos sobre as suecas. Pois uma jovem sueca de 23 anos, linda de morrer, foi estuprada e espancada até a morte a pedradas por um imigrante etíope (que morara nos EUA antes). Imagens de seu corpo foram divulgadas para a imprensa pelo partido de direita Democratas Suecos (parece que todos os partidos de direita agora deram de se chamar "Democratas").

Os suecos ainda não estão muito acostumados com essas coisas, e portanto o caso parece ter dado o que falar por lá. Nos últimos anos, o número de estupros aumentou muito na Suécia. Tanto que o país hoje é o campeão europeu de estupros. Mas como se chegou a essa situação?

Alguns dizem que seja apenas porque, graças às incríveis feministas suecas, a palavra expandiu os seus significados: como descobriu o Assange, uma mera transa sem camisinha pode configurar "estupro" no país escandinavo. Sim, parte pode ser isso, mas a outra parte tem a ver com o fato que, na Suécia, a pequena minoria de imigrantes, em sua maioria de países como Iraque e Somália, comete 25% do crime total no país.

Não, o Mal não veio com os imigrantes. Houve e há vários casos de europeus nativos estupradores ou pedófilos que mantiveram meninas em cativeiro e depois as mataram. Josef Fritzl é tão austríaco da gema quanto Adolf Hitler. E para ficarmos em casos recentes de brancos nativos, vejam este maluco inglês que matou a ex-mulher e o filho a machadadas usando uma máscara de terror.

(Se bem que a Inglaterra talvez seja um caso especial. Nesse país, mesmo a maioria nativa britânica parece ter decaído miseravelmente. Quem visitou a Inglaterra recentemente sabe: os idosos das classes populares são extremamente corteses e atenciosos, falam até "darling" e "my dear" quando se dirigem a você. Já os jovens são carrancudos, mal-educados e constantemente bêbados, muitas vezes expressam-se com grunhidos e palavrões.)

Porém, não dá para negar que os imigrantes do Terceiro e Quarto Mundo, em sua maioria muçulmanos, muitas vezes admitidos como refugiados, trouxeram mais crime à Europa. Os muçulmanos e africanos estupram as suecas. Os árabes controlam o tráfico de droga em Marseille. Os paquistaneses controlam a prostituição ilegal na Inglaterra. 

Há quem fale em "illuminati", em conspirações malignas envolvendo os mais diversos grupos, que estariam por trás de tudo isso. E sem dúvida o poder de decisão cada vez maior dado a organizações burocráticas como a ONU ou a Comunidade Européia em lugar dos tradicionais governos locais diz muito sobre a tirania globalista para onde tudo se encaminha. Mas o fato é que, por ora, ninguém está obrigando os europeus a fazer nada contra a sua própria vontade.

A Europa está longe de ser uma ditadura. Sim, é verdade, muitos governos estão tomando medidas que vão contra os anseios da maioria da população. Mas tais governos foram votados pelos europeus, uma e outra vez. Mesmo a questão dos imigrantes muçulmanos não veio do nada: esta só ocorreu porque os próprios europeus nativos votaram nos partidos que trouxeram e continuam trazendo levas deles.

Além disso, mesmo tirando o papel dos governos, o grande problema mesmo é que os europeus nativos não estão se reproduzindo. Ninguém os proíbe de ter filhos, mas eles não o fazem. A maioria dos países europeus tem taxas de fertilidade baixíssimas, de 1.2, 1.3, 1.4... (Em comparação, na Nigéria e no Afeganistão chega-se a 7).

Sem novas gerações, como pode haver um futuro para a Europa? 

Não pretendo causar alarmismo. Talvez seja prematuro falar em "suicídio da Europa", embora colunistas como Mark Steyn venham cantando essa pedra já há alguns anos. Afinal, é fato que essa queda no crescimento populacional não ocorre só na Europa, mas é global, acontecendo também no Japão, nos "tigres asiáticos", e começando a acontecer também em alguns países árabes e no Brasil. Dizem alguns que teria mais a ver com a urbanização do que com qualquer processo maquiavélico de lavagem cerebral.

Ainda assim, em média os muçulmanos têm mais filhos do que os europeus nativos. E esse tipo de decadência demográfica segue uma progressão geométrica: se cada imigrante tem 4 filhos, e seus filhos têm 4 filhos cada um, logo já temos 20 novos muçulmanos. Enquanto isso, no mesmo período os novos europeus "pós-cristãos" talvez nem cheguem a 3. Façam as contas.

Soma-se a esse declínio demográfico da Europa o declínio cultural. A arte e a literatura francesa, italiana, britânica e alemã anos atrás dominavam o mundo cultural e a pesquisa acadêmica séria. Todos procuravam ler e estudar esses idiomas. Hoje, nas universidades americanas, sua tendência é rumo ao desaparecimento, substituídos pelo espanhol e pelo chinês. Na própria Europa, a cultura tradicional muitas vezes é esquecida em nome do multiculturalismo, do "pós-colonialismo" e das tradições trazidas pelos outros povos. Até que faz sentido: para que uma cultura francesa se ninguém mais é francês?

O problema mesmo é que ninguém se preocupa com o futuro. Vez por outra converso com alguns europeus que conheci por aqui. No outro dia conversava com duas moças, uma sueca, outra britânica. Estão entre as pessoas mais de esquerda que conheci. Uma delas estava escandalizada com a lei que proibia a burca na França, achava "racista" e "fascista". A outra horrorizava-se com o drama dos refugiados em Lampedusa, e achava que todos os líbios e tunisinos deveriam ser admitidos imediatamente na Europa. Seriam milhões, mas que é que tem? (Esta segunda também já tinha visitado o Brasil e até participado de uma marcha com o MST... Ai ai ai...)

Ah, não, nenhuma delas tem filhos, embora tenham trinta e tantos anos e, portanto, mesmo que os tenham mais adiante, não serão muitos.

O que dizer? Se os próprios europeus não estão preocupados com o destino de seus países, quem sou eu para me preocupar por eles?

Mas eu não entendo. Confesso que não entendo. Por que a Europa está se suicidando?


segunda-feira, 11 de abril de 2011

Existe livre-arbítrio?

Neste blog que ainda tem uma frase lá embaixo sobre a liberdade, curiosamente jamais fiz um texto sobre a filosófica questão do livre-arbítrio, ou a capacidade de um indivíduo de decidir as próprias ações. Ele existe mesmo? 

Para os islâmicos, tudo, absolutamente tudo é resultado do desejo onipotente de Alá (inshallah), portanto o livre-arbítrio não existe. A religião cristã, me parece, conciliou melhor esse dilema, mas ainda assim é difícil distinguir o que seria resultado da ação divina do que seria meramente ação humana.

Para o budismo, somos escravos de nossos desejos. O desejo nos leva a sofrer, pois tudo é impermanente. Para obter a felicidade, precisamos eliminar o desejo. Ou seja, precisamos, na verdade, eliminar nossa própria individualidade. E o livre-arbítrio é só uma ilusão...

Mesmo para os que não acreditam em Deus, karma ou Destino, a questão é complicada. Afinal, de acordo com a teoria que você escolher, somos controlados por nossos instintos, nosso subconsciente, nossos genes ou nossa química cerebral. 

Dizem que o atirador de Realengo era psicótico. Isso quer dizer que não tinha controle sobre suas próprias ações? Pulsões obscuras e uma falta de equilíbrio químico em sua mente doentia o conduziram - e às suas vítimas - a um beco sem saída?

Não precisamos falar em psicopatas. Eu mesmo - como cada um de nós, certamente - já tive momentos em que me arrependi muito de ter feito certas coisas, e fiz outras sem entender bem o porquê. Destino, genes, desejos irrefreáveis, reações a nível molecular? 

É claro, de acordo com a maioria dos cientistas, o livre-arbítro não existe. Neste interessantíssimo artigo do New York Times sobre a questão, fala-se sobre um experimento científico no qual o indivíduo acredita ter livre-arbítrio, quando não tem: a decisão já tinha sido tomada antes, de forma inconsciente. O nosso cérebro estaria programado para nos fazer crer que temos livre-arbítrio, mesmo que não o tenhamos.

Um dos romances que trata sobre a questão é "A Laranja Mecânica" (O filme também é bom, mas o livro é melhor do que o filme). O jovem criminoso Alex é submetido ao "Tratamento Ludovico", uma nova técnica baseada nos reflexos condicionados que transforma o ultraviolento adolescente em um pacato cidadão de bem. Mas um padre, personagem importante do romance, é contrário ao tratamento: afirma que o homem deve ser livre para poder escolher entre o Bem e o Mal.

Mas e se essa escolha não fosse assim tão livre? Em 1971, por acidente, descobriram que a água na cidade de El Paso, retirada de poços subterrâneos, continha uma quantidade razoável de lítio, enquanto que a água utilizada na vizinha Dallas, tirada da superfície, não tinha. O lítio é um calmante e, segundo alguns estudiosos, era isso o que explicava que nível de crime violento em El Paso na época fosse bem inferior ao de Dallas. Era o calmante.

Claro, a diferença no crime poderia até ter outros fatores. Mas diga a verdade, se existisse uma droga pacificante que pudesse ser pulverizada por sobre todas as favelas do Brasil, e transformasse seus habitantes em mansos cordeirinhos, será que você não seria a favor? 

Ou se o método Ludovico funcionasse, será que não gostaríamos que ele fosse usado nos criminosos mais impenitentes, e dane-se o "livre-arbítrio" dessas bestas-feras?

O perigo, é claro, vem a seguir. Afinal, por que parar com o controle do comportamento criminoso? Se funciona, por que não controlar também o comportamento do cidadão comum? Já há cientistas que asseguram ser possível desenvolver uma pílula anti-racista. Certo, e depois disso, o quê? A pílula anti-homofóbica? A pílula para não discordar do governo? Tome uma no café da manhã, e não precisa mais se preocupar com pensamentos impuros ou politicamente incorretos...

Não duvide que um dia aconteça. Se eles podem colocar flúor na água para a nossa saúde dental, por que não fariam algo similar "para a nossa saúde mental"?

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Sexo e morte

Um louco matou vários adolescentes ou mais bem pré-adolescentes em uma escola do Rio de Janeiro. Como já é norma nesta era de quinze minutos de fama para psicopatas, ele mandou para os jornais uma carta de caráter aparentemente religioso, mas que chama a atenção mais do que tudo pela aparente frustração sexual. O assassino era virgem e matou principalmente meninas, provavelmente de forma intencional: das 24 pessoas baleadas, 20 eram meninas com idade entre 9 e 14 anos.

A carta pode ser lida aqui na matéria do Globo a respeito. Um leitor observa que a letra da assinatura, mal desenhada, quase infantil, contrasta com as palavras até elaboradas utilizadas no texto, e questiona se ele teria mesmo escrito a carta de próprio punho. Realmente, o contraste é grande. Por outro lado, a carta denota grande confusão mental, e é possível que ele tenha copiado trechos de sítios online que costumava visitar. Nesse sentido, ele é parecido com o atirador americano que tentou matar a senadora Democrata no Arizona e que também escreveu um confuso manifesto, complexo na forma mas incoerente no conteúdo.

A frustração sexual pode ser um sentimento bastante poderoso. É certamente o que motiva muitos dos terroristas suicidas islâmicos, a maioria deles virgens que esperam conseguir 72 mulheres no paraíso (alguns chegam mesmo ao extremo de envolver seu pênis em metal para protegê-lo intacto da explosão). Na sociedade islâmica polígama, baseada no dote e nos casamentos arranjados, mas onde também a prostituição ou o sexo pré-conjugal são vistos como crimes, não é fácil para muitos jovens conseguir sexo. Isso, aliás, também explica o alto número de homossexuais nesses países, muito embora este tipo de relação também seja proibida pela onipresente religião.

Mas também no Ocidente a frustração sexual ocorre, e talvez de modo ainda maior, pois, ao contrário do que ocorre nas puritanas sociedades islâmicas, nos países ocidentais somos constantemente bombardeados com imagens eróticas, da propaganda de cerveja ao baile de Carnaval.

Também foi a frustração sexual o que motivou o atirador americano George Sodini a matar quatro mulheres desconhecidas em um ginásio, por não ter namorado ninguém nos últimos 5 anos. Também ele escreveu uma longa carta na qual explica em detalhes sua frustração por não pegar nenhuma mulher (acho que já fiz anteriormente um post sobre esse pobre imbecil).

Esses atiradores não tinham antecedentes criminais, e, embora fossem mentalmente perturbados, aparentemente o escondiam bem, sem ter manifestado atos de violência alarmante com antecedência. São monstros que cometeram atos monstruosos, e, embora sua ação psicopática seja incompreensível, pode-se comprender vagamente a força da frustração e da alienação. 

No caso do atirador brasileiro, que era pobre e feio e alvo de brincadeiras, em um primeiro momento pensou-se que fosse islâmico (aparentemente tinha Bin Laden como um de seus ídolos). Porém, agora a esquerda está deitando e rolando com o fato de que cite Deus e Jesus em sua carta: seria portanto um exemplo do famoso "fundamentalista cristão".

Não creio que seja o caso. Parece ser apenas um jovem transtornado que pegou idéias do ar, ou da Internet. Embora o cristianismo tenda para a repressão ou sublimação da sexualidade, seu objetivo é justamente o oposto: disciplinar o desejo, não exacerbá-lo. 

De qualquer modo, é um caso que provavelmente tem mais a ver mesmo com a influência das notícias de tiroteios similares nos EUA e em outros países do que com sexo, religião, ou qualquer pensamento profundo. As mentes simples imitam o que vêem na TV ou lêem na Internet.

Não sei o que poderia ser feito a respeito, além de melhorar a segurança nas escolas e tentar impedir os loucos de terem acesso a armas de fogo (e armar os sãos - mas é claro que a tragédia será utilizada para promover o desarmamento dos cidadãos de bem).

Doze crianças, doze famílias destruídas por um imbecil. Verdadeiramente lamentável!

Afinal, as raças existem?

O deputado Bolsonaro corre o risco de ser processado por racismo pela Preta Gil.  É por ter chamado a Preta Gil de "preta"? Não, mas por ter respondido de forma um pouco confusa a uma pergunta no programa CQC. Ela perguntou se ele deixaria seu filho namorar com uma negra. Ele respondeu:
"Preta, eu não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro este risco e meus filhos foram muito bem educados. E não viveram em ambientes, como lamentavelmente é o teu."
Há duas interpretações sobre sua frase. A primeira é que, como o próprio Bolsonaro alega, tenha sido um equívoco. Ele diz ter entendido que a pergunta era sobre homossexualidade. Bolsonaro, afinal, diz ser casado com uma afro-brasileira: "Meu sogro é negão", ele diz. (Só falta agora o sogro processá-lo também por racismo...)

Mas haveria uma interpretação literal da resposta, que é a que Preta Gil alega: que, segundo Bolsonaro, os filhos "foram muito bem educados" e portanto "não correm o risco" de namorar negras...

É provável que Gil tenha um bom caso nas mãos, mas não vejo tanto motivo para tanta polêmica. Em primeiro lugar, pelo que pesquisei os dois filhos de Bolsonaro são maiores de idade, um já tem até 30 anos, portanto podem fazer o que bem entenderem sem seguir os conselhos do pai. Em segundo lugar, agora não se pode nem manifestar uma preferência? Será que um dia vai ser "homofobia" declarar que você prefere que seu filho namore uma mulher?

No mais, como o Janer Cristaldo observa, o problema mesmo é quando um "branco de direita heterossexual" fala alguma coisa. Os outros não tem problema algum em manifestar sua preferência racial ou sexual. No outro dia mesmo li o artigo de uma afro-americana que estava preocupada com um bebê negro adotado por um casal gay filipino. Tinha medo de que a criança virasse homossexual? Não, estava preocupada com a futura "identidade racial" da criança... 

O curioso disso tudo é o seguinte. No Brasil, tanto a direita quanto a esquerda afirmam que "não existe raça". Aliás, nos EUA também. "Isso é que nem chifre, é só uma coisa que colocaram na sua cabeça", dizem. Mas então, como pode existir "racismo", se não há "raças"? Evidentemente, há algo de errado aí.

O que significa "raça"? Talvez seja a palavra equivocada, mas é fato que diversos grupos humanos apresentam caracteres físicos e até psicológicos diversos, os quais são transmitidos geneticamente de geração para geração. Daí, pode haver debates sobre o que exatamente constitui uma "raça", especialmente em um país como o Brasil em que praticamente todos, eu inclusive, têm uma origem bastante "misturada". Agora, dizer que as diferenças entre os pigmeus africanos e os escandinavos são só uma "ilusão" ou uma "construção social" é negar quase todos os estudos realizados até agora a respeito.

Mas há uma razão para a polêmica, e para a proibição, ao falar em raça ou mesmo em genética: o medo, relativamente compreensível, da volta a uma sociedade segregada por raças, na qual a raça A oprime a raça B ou C ou D. 

Descendentes de negros e índios costumam ter menor presença nas elites do Brasil, e maior presença entre a massa dos pobres. Para a esquerda, a explicação é simples: herança do racismo e da opressão, triste resultado da escravidão e colonização de negros e índios por imperialistas europeus. Pode ser, mas -- tabu! -- e se fosse o contrário? E se fosse que tais grupos nativos foram dominados, escravizados e colonizados tão facilmente pelos europeus malvados justamente por terem menores habilidades intelectuais ou civilizacionais?

Tal era a visão "racista" até meados do século XX, e se tal visão hoje mudou foi menos devido a estudos científicos e mais devido ao mau uso que certas ideologias totalitárias fizeram deles, gerando até um temor em se discutir a mera possibilidade de diferenças raciais.  

Vejam bem, estou longe de querer propor o ódio racial, e acho que, como religião ou sexo, raça é um tema muito complicado de discutir, talvez o mais complicado de todos. Talvez por isso hoje a direita prefira mesmo não mexer nesse vespeiro e dar a todos o benefício da dúvida, querendo apenas leis iguais para todos os indivíduos, independentemente de sua religião ou raça, no que estou de acordo. A esquerda é que parece empenhada em reerguer esse fantasma e criar uma nova sociedade baseada em conceitos raciais.

Não acredito nem na segregação racial nem na ação afirmativa. Conheci pessoas negras fabulosas aqui nos EUA. Admiro várias figuras da cultura negra americana, de Miles Davis a Thomas Sowell. Isso sem falar no recentemente descoberto Walter Williams, que é contra as cotas e que pode ser visto aqui em excelente entrevista com legendas em português (lamentável apenas o despreparo do repórter global, branco e imbecil).  

Acho mesmo que uma sociedade "racialmente cega" que não discrimina (nem negativamente, nem positivamente) seja melhor. E por isso mesmo admiro o trabalho do Demétrio Magnoli, embora ache curioso que hoje seja a direita quem fala que "não existem raças", e a esquerda quem fala em "sangue negro", "sangue branco" e "patrimônio genético dos mestiços". Uma inversão de papéis: hoje é a esquerda quem promove o racismo no Brasil, ainda que seja um racismo ao contrário, dos outros grupos contra os brancos.

Ah, mas ia esquecendo: racismo contra brancos não é racismo, como bem explicou uma ex-Ministra de Inclusão Social.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Homem, o novo oprimido?

Um post curtinho, mas divertido. Um comercial da Bombril com a Marisa Orth parece estar causando polêmica no Brasil. No comercial, o marido é comparado a um cachorro babão que deve ser treinado a golpes no focinho.

Nos EUA, sociedade onde as mulheres estão ainda mais "evoluídas", não são novidade comerciais que mostram os maridos como bobalhões, atrabalhados, incompetentes, ridículos, etc. Cachorro é pouco: em um comercial da Sony, o marido é comparado a um cavalo; em outro, da Roomba, a um jumento.

O fato é que grande parte da televisão é feita para as mulheres, e a maioria dos produtos anunciados são dirigidos às mulheres também. Apesar de tudo o que se fala sobre a tal sociedade consumista, quem mais gosta de consumir são as mulheres. Talvez seja estereótipo, mas se é um estereótipo, é promovido pelas próprias mulheres.

Tudo bem. Mas por que as mulheres gostariam de comerciais que mostram seus maridos como losers?

Segundo os blogueiros neo-machistas americanos, tem a ver com homens "alfa" e "beta". Isto é, a mulher casa com o provedor "beta" que despreza, mas sonha mesmo é com o macho "alfa". O comercial seria uma forma de vingança psicológica das mulheres contra os seus "betas". 

Já segundo os conservadores cristãos, tem mais a ver com a perda de valores da sociedade contemporânea e a promoção do fim do casamento tradicional, da figura da mãe solteira, da mulher feminista independente que valoriza mais a carreira do que o casamento e os filhos, etc & blablablá. 

Seja como for, já há quem ache que os homens é que são a nova minoria discriminada da vez.

Eu não sei se é bem isso. Para falar a verdade, não achei o comercial com a Marisa Orth particularmente ofensivo, embora tampouco o tenha achado muito engraçado. Porém, protestar contra comerciais não me parece uma atitude demasiado "masculina"; os homens ficam mesmo parecendo bebês-chorões metrossexuais. No mais, pessoalmente, gosto de mulheres fortes e independentes, e em alguns relacionamentos talvez eu tenha seguido mesmo o estereótipo do homem trapalhão.

De qualquer forma, seguindo pesquisas, parece que tais comerciais estão alienando o público masculino sem necesariamente atrair mais o feminino, portanto talvez os marqueteiros devam revisar seus conceitos.


Animais irracionais

O pastor americano Terry Jones, que havia ameaçado queimar um exemplar do Corão há alguns meses atrás, terminou queimando um exemplar do livro há algumas semanas -- sob completo silêncio da mídia.

Mas duas semanas após o evento, com a correspondente pregação de ódio nas mesquitas e as declarações polêmicas do presidente afegão Karzai (um suposto "aliado" do Ocidente), eis que um bando de muçulmanos enlouquecidos invadiu um escritório da ONU no Afeganistão e matou vários infelizes. Algumas das vítimas foram decapitadas.

Agora a mídia quer jogar a responsabilidade do ocorrido no pastor Terry Jones, dizendo que ele seria "moralmente responsável" pelo ato de fanáticos do outro lado do mundo. Curioso. Quando imbecis ocidentais pintam quadros da Virgem Maria com fezes ou inundam um crucifixo em urina, isso é chamado de "arte"; se algum fundamentalista cristão ousasse matar alguém em nome desse ultraje, será que os artistas seriam considerados pela mídia como "moralmente responsáveis"? Duvide-o-dó. 

Para os progressistas, os muçulmanos não têm livre-arbítrio ou capacidade de raciocínio abstrato. Tudo o que fazem é em resposta a "provocações" do Ocidente. O pastor Jones queimou o Corão por considerar o Islã uma religião violenta. Indignados com essa acusação altamente injusta, os muçulmanos massacraram dezenas de inocentes... Ironia pouca é bobagem? Pois ainda protestam, mataram mais um e agora estão queimando bandeiras americanas e efígies de Obama. (É. Isso pode...)

Quer saber? Acho que os progressistas, de certa forma, têm razão. Muitos muçulmanos, e aliás grande parte das pessoas do mundo incivilizado, provavelmente não têm mesmo uma capacidade de raciocínio altamente desenvolvida. São irracionais e resolvem tudo com violência. No mesmo dia em que muçulmanos enlouquecidos continuam depredando e matando devido a um exemplar de um livro queimado na Flórida, muçulmanos no Paquistão se explodiram matando outros 40 muçulmanos. O motivo? As vítimas eram muçulmanos da seita sufi, considerada herege pelos sunitas...Quer dizer, nem eles se agüentam entre si.

Na Costa do Marfim, enquanto isso, uma nova guerra civil mergulha a África novamente em sangue. O motivo? Um presidente que não quer deixar o cargo, e outro que quer tomá-lo. Tudo resolvido à moda africana, com diálogo, harmonia, facões, tiros e tanques. O que a mídia não explica é que também lá o conflito é religioso e envolve muçulmanos: Outtara é apoiado pelos muçulmanos do norte, e seria o primeiro muçulmano presidente do país, não fosse a persistência de Gbago em continuar no poder.

É realmente deprimente. O melhor mesmo talvez seja os países ocidentais ficarem o mais longe possível dessa roubada chamada África e Oriente Médio, especialmente dos países muçulmanos. Achar que estes vão tornar-se democracias à moda americana ou européia é pura ilusão. Eles que se matem entre si e nos deixem em paz.